Decifrar como foi formado nosso Sistema Solar ainda desafia pesquisadores
Uma estrela morre, outra nasce. Os restos mortais das antigas se tornam parte das novas. Esse é o ciclo astronômico de vida, o motivo pelo qual as estrelas têm evoluído através dos tempos. Cada geração incorpora novos elementos sintetizados nas estrelas que vieram antes. Ao contrário das primeiras estrelas de hidrogênio e hélio, as estrelas de hoje contém elementos mais pesados que suas antecessoras, como carbono, ferro e oxigênio, aumentando assim a taxa de metalicidade.
Além de produzir muitos dos elementos que compõem nosso planeta e nossos corpos, o ciclo estelar de nascimento e morte parece ter estimulado a formação de nosso Sistema Solar há cerca de 4,5 bilhões de anos. De acordo com novo modelo descrito em estudo na edição de 1 de julho do Astrophysical Journal Letters, uma onda de choque de uma estrela massiva que explodiu provavelmente provocou o colapso da nuvem molecular que se tornaria o nosso Sol e planetas vizinhos
Pesquisadores localizaram as impressões digitais de radioisótopos de vida curta. Para estes serem incorporados no Sistema Solar primordial, deve ter ocorrido um cataclisma nas proximidades, algo como uma explosão estelar conhecida como supernova.
Alguns pesquisadores levantaram a hipótese de que os radioisótopos de curta duração podem ter chegado a uma onda de choque forte o suficiente para o colapso da nuvem pressolar, injetando assim material recém-sintetizado no sistema.
?Modelos anteriores não conseguiram liberar material suficiente para estimular o nascimento do Sistema Solar?, diz o co-autor Alan Boss, astrofísico teórico da Instituição Carnegie de Washington. Durante anos ele tentou resolver o mistério da formação do Sistema Solar.
Boss aplica a melhor tecnologia para descobrir a resposta, utilizando um sistema de modelagem tridimensional ? processo que exige muito mais poder de computação, mas dá pistas para resolver melhor o mistério da formação do Sistema Solar de uma vez por todas. "A Mãe Natureza é a responsável", diz Boss. "Já sabemos quem é o criminoso, mas queremos saber como foi feito!?, brinca ele.
Fonte: Scientific American Brasil